Crédito habitação 2023: o que vai mudar e o que podemos esperar?
Imobiliário e crédito habitação 2023: três perspetivas
Como vão evoluir as taxas Euribor? E qual será o desempenho dos preços das casas? Estas são algumas dúvidas que preocupam as famílias portuguesas. Agora que um novo ano se perfila no horizonte é altura para conhecer quais são as perspetivas para o crédito à habitação em 2023.
Para muitas famílias, a prestação da casa é o encargo que mais pesa no orçamento. Por essa razão, a evolução das taxas Euribor será uma das principais variáveis a acompanhar por quem tem ou pensa fazer um crédito à habitação em 2023. Já para quem pensa vender o seu imóvel, as flutuações de preço estarão certamente em primeiro plano. Saiba o que vai mudar e o que esperar da evolução do setor imobiliário e do financiamento para compra de casa nos próximos meses.
Para ajudar a compreender melhor as perspetivas para o setor imobiliário e para o crédito à habitação em 2023, definimos três perfis, com situações distintas: quem mantém o seu crédito, quem vai contrair um novo e quem pensa vender o seu imóvel.
Quem mantém o seu crédito habitação em 2023
Se pertence ao grupo de pessoas que tem um crédito à habitação e pensa mantê-lo, saiba que os encargos com a prestação da casa deverão continuar a subir em 2023. As taxas Euribor mantêm a tendência para aumentar, revelam as estimativas do Banco de Portugal publicadas no Relatório de Estabilidade Financeira: “Estima-se que o valor total das prestações pagas pelos particulares em empréstimos à habitação passe de cerca de 390 milhões de euros, em junho de 2022, para 520 milhões de euros, em dezembro de 2023”. Em dezembro de 2022, a taxa de referência para o crédito habitação a 12 meses tinha já superado os 3% e antecipa-se que o mesmo aconteça para a Euribor a 3 e 6 meses até final de 2023.
Se o seu orçamento familiar já está hoje fortemente pressionado, contacte o seu banco para encontrar uma solução que permita algum alívio financeiro sem entrar em incumprimento com o banco. Recorde-se que estão em vigor até 31 de dezembro de 2023 as novas regras que facilitam a renegociação dos empréstimos à habitação. Conheça ao pormenor estas regras de renegociação.
Além disso, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2023, quem tem crédito à habitação e rendimentos mensais brutos até 2.700 euros poderá solicitar uma redução do escalão de retenção na fonte (em termos de IRS), aplicável aos rendimentos de trabalho dependente, o que pode trazer uma pequena folga ao orçamento mensal. O processo passa por apresentar à entidade patronal (que faz a retenção do imposto) documento comprovativo do crédito à habitação.
Pondere também a possibilidade de transferir o seu crédito à habitação para uma outra instituição financeira que lhe ofereça melhores condições. Utilize o nosso simulador de transferência de crédito à habitação para saber quanto pode poupar.
Quem está a pensar comprar casa
A subida das taxas de juro pode também impactar a vida das famílias que estão a pensar em adquirir uma casa nova com recurso ao crédito à habitação em 2023. Isto porque as taxas de juro mais elevadas para um mesmo orçamento familiar significam maiores taxas de esforço, o que poderá limitar os montantes a emprestar pelos bancos.
Outra questão a ter em conta são as condições de concessão de crédito, que devem tornar-se mais “apertadas” para precaver possíveis situações de incumprimento. Segundo o último Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito (de outubro de 2022) os critérios de concessão de crédito para aquisição de habitação já se tornaram mais restritivos no último trimestre do ano.
Pelo lado positivo, também aqui há a possibilidade de solicitar uma redução do escalão de retenção de IRS, isto para quem tenha rendimentos de trabalho dependente de até 2.700 euros brutos por mês.
Quem pondera vender o seu imóvel
Do lado oposto, de quem está a ponderar vender um imóvel e realizar mais-valias, a principal questão a ponderar relaciona-se com a evolução dos preços do imobiliário. Depois de, nos últimos anos, termos assistido a um ciclo contínuo de subidas dos preços do imobiliário, o Banco Central Europeu afirmou recentemente que “existem sinais de que a expansão do setor imobiliário dos últimos anos poderá estar a chegar ao fim”.
Esta expectativa não significa, no entanto, que os preços no imobiliário vão desvalorizar de forma acentuada. Numa análise publicada em novembro, o BPI Research prevê: “2023 deverá ser um ano de ligeira correção do mercado (variação média de preços de - 1,5%)”. A escassez de oferta de imóveis em determinadas zonas, o encarecimento dos custos de construção e a procura por parte de investidores estrangeiros são alguns dos fatores que devem continuar a apoiar o valor dos imóveis ao longo do novo ano.
Seja para comprar uma casa nova ou para transferir o crédito à habitação para uma outra instituição, conte com a Twinkloo para encontrar a solução financeira mais adequada ao seu caso pessoal.